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Como identificar caravelas e água vivas.

  • Foto do escritor: Edson Thonsen
    Edson Thonsen
  • 17 de jan.
  • 3 min de leitura

Segundo o especialista em animais aquáticos peçonhentos Vidal Haddad Júnior, as águas-vivas são transparentes e raramente visíveis quando estão na água. Já as caravelas apresentam uma bolsa púrpura ou avermelhada que flutua acima da linha da água, sendo facilmente visível.

Enquanto no litoral Sul do país é comum encontrar as águas-vivas pequenas, que não chegam a causar acidentes graves, os banhistas que forem visitar as praias do Norte e do Nordeste do país nesse verão devem ficar atentos, pois podem se deparar com as caravelas, uma parente mais venenosa das águas-vivas. “As caravelas são sempre perigosas e, embora às vezes apareçam no litoral do Paraná e de Santa Catarina, são mais comuns da região da Bahia para cima. Uma só caravela pode atingir até 4 ou 5 pessoas“, explica Vidal Haddad Junior, médico dermatologista, professor da Faculdade de Medicina de Botucatu (UNESP) e pesquisador há mais de 30 anos de acidentes com animais aquáticos.

Águas-vivas e caravelas pertencem a um mesmo grupo de animais – o dos cnidários, palavra grega que significa “urtiga que queima”. Ambas têm tentáculos e um corpo gelatinoso. O que as diferencia é essencialmente o tamanho e a cor (ou a ausência dela).

As caravelas, cujo nome científico é Physalia Physalis, contam com tentáculos que podem chegar a até 40 metros de comprimento e dois de diâmetro – aliás, o nome “caravela” ou “caravela portuguesa” deve-se à semelhança desse animal com a embarcação do mesmo nome, que chegava a ter 25 m de comprimento. Já as águas-vivas, em geral, são menores, embora também variem de tamanho. É preciso ter em atenção que, quanto maior for o tentáculo, mais grave pode vir a ser a lesão que os cnidários causam na pele humana, com machucados, chamados popularmente de “queimaduras”, que podem ultrapassar os vinte centímetros de diâmetro. Portanto, as caravelas são mais perigosas e, em casos raros, podem mesmo ser fatais para a vítima.

Além do tamanho, é possível distinguir a caravela da água-viva pela cor. A água-viva é transparente, difícil de enxergar na água, passando frequentemente despercebida. Já as caravelas apresentam uma bolsa de cor púrpura ou azulada que flutua acima da linha da água, sendo facilmente visíveis.

Ambas são capazes de envenenar a pele humana. Os seus tentáculos injetam uma substância tóxica, a partir de células microscópicas, que causam dores e lesões parecidas com a de uma queimadura. Trata-se na verdade de uma reação alérgica do nosso organismo, que, em casos mais graves, pode vir acompanhada de arritmias, náuseas e necrose do tecido. Outra característica em comum é a capacidade de envenenar até 24 horas fora da água, na areia da praia.

As espécies mais venenosas de águas-vivas pertencem à classe Cubozoa. Entre elas está a Chiropsalmus quadrumanus, que chega a ter mais de 10 centímetros de diâmetro e é uma das mais comuns no litoral de Santa Catarina.

O que diferencia a caravela da água-viva pequena é o fato da primeira possuir tentáculos que podem chegar a até três metros de comprimento. E, conforme alerta o médico: quanto maior o tentáculo, mais grave poderá ser a lesão. “É um animal perigoso porque os tentáculos longos podem gerar lesões maiores e, em geral, machucados com mais de 20 cm tendem a ser mais grave”, completa. Outra diferença é que a caravela pode ser identificada facilmente à distância por sua bolha azulada que fica por cima da água, enquanto as águas-vivas são transparentes e podem passar desapercebidas.

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